16/09/2010

montanha russa

Achei que ia ser mais fácil manter esse blog.

Quando a gente estava no hospital todo mundo sempre falava que eu tinha que ficar bem pra quando ele precisasse de mim. Pra quando ele viesse pro peito, pra quando ele chegasse em casa. E eu sempre respondia que é claaaaro que eu vou estar bem quando ele estiver bem, como não.

Mas não. Num tô dizendo com isso que eu prefiro a época do hospital nem nada disso, longe de mim. É genial vê-lo bem, crescendo, se desenvolvendo. Mas ao mesmo tempo é assustador saber que essa situação atual é provisória (pro bem ou pro mal, nem isso sabemos) e que de uma hora pra outra todo aquele pesadelo pode muito bem começar de novo.

Viver na sombra desse medo é muito assustador. Eu tenho tentado ficar calma e bem, porque sei que como eu me sinto acaba, de alguma maneira, influenciando o bem estar dele. Mas não saber o dia de amanhã me dá um desespero muito angustiante. E sim, eu sei que no fundo ninguém sabe o dia de amanhã. Nem eu, nem você, nem ninguém. Sei que mãe em geral é mesmo assim meio neurótica. Sei de tudo isso. Mas veja bem, meu filho tem um problema no coração. Até falar isso é assustador.

Ando pesquisando muito sobre grupos de apoio na internet. Tem muita gente falando sobre isso, até. Pesquiso porque quero saber qual a melhor forma de levar essa experiência pra ajudar alguém. Mas ao mesmo tempo, agora, ler histórias, parecidas ou não, ainda mexem tanto comigo. Ainda me deixam assustada de um jeito que não é saudável. Então volto a dizer, não sei se é hora ainda de ajudar ninguém. Não que eu não queira, mas eu não consigo, ainda.

Ainda.

Um comentário:

  1. Não tenho a receita, mas aposto as minhas fichas no "um dia de cada vez" e o mais importante você já está fazendo que é saber das próprias limitações e tentar trabalhar com elas.
    Força!
    Beijo,
    Gre

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